Lego pode ficar sem blocos de brinquedo até ao Natal

Com explosão nos pedidos, fábrica não terá capacidade de atender encomendas.

fábrica LEGO

Patrick T. Fallon / Bloomberg News

COPENHAGUE - Algumas crianças podem não ter seus desejos de Natal realizados neste ano, pois as fábricas da Lego, embora estejam operando em sua capacidade máxima, podem não conseguir fabricar blocos de plástico em número suficiente para atender a demanda das lojas de brinquedo da Europa.

A empresa dinamarquesa se tornou a maior fabricante de brinquedos do mundo em vendas, superando a americana Mattel, que fabrica as bonecas Barbie, graças, em parte, a brinquedos ligados a filmes, como “Uma Aventura Lego”. Mas as dificuldades em prever a demanda de forma precisa significa que alguns pedidos não serão atendidos a tempo.

— Não vamos conseguir entregar todos os pedidos de clientes que estão chegando no restante do ano — disse o porta-voz Roar Trangbaek à Reuters. Ele se recusou a informar quais linhas de brinquedos e quais países europeus serão afetados. Trangbaek disse que a empresa terá capacidade de atender os pedidos que já recebeu, mas deverá ter problema em atender a novas encomendas ainda neste ano.

— É realmente extraordinário e superou tanto as nossas previsões quanto as de nossos clientes — disse Trangbaek quando indagado sobre os motivos que levaram a companhia a não prever a alta demanda.

As vendas da Lego cresceram 18% na primeira metade deste ano, para 14 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 2,1 bilhões), colocando-a à frente da Mattel e da Hasbro, fabricante do jogo de tabuleiro Monopoly, cujas receitas foram de US$ 1,9 bilhão e US$ 1,5 bilhão, respectivamente.

— Estamos operando nossas fábricas na capacidade máxima e vamos fazer tudo que pudermos para atender à demanda — disse Trangbaek.

Excesso de clientes é um tipo de problema que contrasta com a crise vivida pelas outras duas gigantes dos brinquedos, que disputam com a Lego a liderança do setor: Mattel e Hasbro. Na semana passada, as duas divulgaram resultados trimestrais decepcionantes, refletindo a dificuldade para se adaptar às novas preferências do público infantil.

A Mattel amargou um tombo de 33% em seu lucro no terceiro trimestre, frente ao ano passado. Boa parte dessa queda está relacionada à decadência da marca que já foi o maior trunfo da empresa: a Barbie. As vendas da boneca caíram 15%, na comparação anual. Para tentar sair da crise, a gigante dos brinquedos tenta inovar com produtos como bonecas de heroínas e até uma Barbie falante.

Dona de sucessos como o Monopoly, a Hasbro também frustrou investidores. Apesar de ter registrado aumento de 15% no lucro no terceiro trimestre, as vendas fracas da fabricante decepcionaram acionistas, ao subirem levemente para US$ 1,47 bilhão. A empresa informou que o resultado foi afetado pelo desempenho ruim de produtos direcionados para meninas, como My Little Pony e Furby. Já as vendas dos produtos ligados à franquia “Star Wars” — em foco neste ano por causa do lançamento do sétimo filme da série — ajudaram a sustentar a empresa no positivo.

As vendas da Lego, que não tem ações na Bolsa, cresceram 18% no primeiro semestre, alcançando US$ 2,1 bilhões. A empresa aposta agora na conclusão de uma fábrica na China em 2017. A planta será estratégica para fornecer produtos à Ásia.

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